Independência: Sete de Setembro, transforma-se na última chance para Bolsonaro

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O Sete de Setembro será a última chance de Jair Bolsonaro reverter sua situação dramática na corrida eleitoral, onde continua solidamente atrás de Lula. Os líderes do Centrão haviam garantido que o presidente iria superar o petista em junho, depois em julho, finalmente em agosto. Mas o Ipec na  última segunda-feira, (5), foi um choque de realidade.

Presidente Bolsonaro não conseguiu reverter a rejeição (49% não votam nele de jeito nenhum), nem avançar nos estratos do eleitorado que lhe são hostis, especialmente as mulheres.

Acuado pela sociedade civil, que se posicionou de forma cabal pela defesa da democracia, e pelo Jucidiário, que brecou o levante golpista, Bolsonaro está num beco sem saída. Ele rejeita fazer campanha eleitoral pelas regras do jogo. Não consegue defender na propaganda oficial o legado do seu governo, que foi precário e cheio de escândalos, para não falar dos crimes na pandemia.

Nem consegue encontrar uma razão para pedir mais um mandato, a não ser acenar com o fantasma de uma “ameaça comunista”. Sua mensagem continua sendo para a própria bolha, incitando ataques às instituições e pregando que os apoiadores peguem em armas. Assim, só consegue o voto de 31% dos brasileiros no primeiro turno. No segundo, seu teto é de 36%.

PLANOS A e B

Ele se meteu em uma arapuca porque até as medidas eleitoreiras desesperadas, como o Auxílio Brasil inflado e a profusão de vales, não surtiram efeito. O plano A para a reeleição não deu certo. Por isso, está uma pilha de nervos. Continua a criticar a imprensa, as pesquisas e a insultar mulheres jornalistas, como fez na terça-feira.

O plano B é tentar uma virada nas comemorações dos 200 anos da Independência, mostrando (falsamente) que tem o apoio dos militares para seu projeto de poder. Quer ainda reunir uma massa gigantesca de aliados pelo País para fazer uma demonstração de força.

O Bicentenário é o seu rubicão.

  Apoiadores de Jair Bolsonaro durante protesto a favor do voto impresso, em agosto, em Brasília – Foto: AFP

Deve partir para uma ação desesperada. Como não conseguiu reunir votos suficientes e nem deslegitimar as urnas eletrônicas, o chefe do Executivo vai pregar a insubordinação com o grito de seus radicais nas ruas e o ronco das motociatas. Diante desse barulho que tenta, mas não consegue, anular uma efeméride importante, só resta à maioria silenciosa refletir, comemorar a festa cívica longe da arruaça e esperar a abertura das urnas. Mais uma fase turbulenta da história nacional está para ser superada, como foi a acidentada transição à Independência no século XIX.

Fonte: IstoÉ – Por: Marcos Strecker

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