Após quatro dias de drama e incertezas, a busca chegou ao fim. As cinco pessoas que embarcaram no submersível Titan em uma viagem turística para visitar os destroços do Titanic foram declaradas mortas nesta quinta-feira, depois que equipes de busca encontraram partes do submarino a 500 metros da proa do Titanic, que jaz no leito do Oceano Atlântico a uma profundidade de 3.800 metros desde 1912.
Segundo a Guarda Costeira americana, o Titan implodiu em virtude da ‘catástrófica perda de pressão interna na cabine’. O submersível perdeu contato com o comando remoto em terra, que o guiava na expedição rumo ao Titanic no domingo.
“Os destroços são consistentes com uma implosão catastrófica da embarcação”, disse o almirante John Mauger, porta-voz da Guarda Costeira americana em entrevista coletiva na quinta-feira.
Assim, os sons detectados entre terça e quarta-feira por equipamentos das equipes de busca, sempre de acordo com as autoridades locais, não teriam elo com a implosão da Titan.
“Sei que há muitas perguntas sobre como, por que e quando isso aconteceu”, disse o almirante Mauger, acrescentando que as autoridades têm as mesmas perguntas. “Esse será, tenho certeza, o foco da revisão futura. No momento, estamos focados em documentar a cena.”
Questionado sobre as perspectivas de recuperação dos corpos das vítimas, o almirante Mauger disse não ter uma resposta. “Este é um ambiente incrivelmente implacável lá no fundo do mar”, disse ele.
CORRIDA CONTRA O TEMPO
Para os socorristas, no entanto, a busca pelo Titan sempre foi uma corrida contra o tempo. Quando o submersível, uma embarcação de 22 pés de comprimento de propriedade da OceanGate, perdeu contato com um navio fretado na manhã de domingo, já estava na metade do caminho para o naufrágio do Titanic, e acredita-se que estava equipado com apenas quatro dias de oxigênio.
Mesmo quando as chances de sobrevivência pareciam diminuir, os socorristas disseram que tinham esperança de que o Titan ainda pudesse estar intacto em algum lugar, com cinco pessoas vivas dentro – esperanças que foram frustradas na quinta-feira.
A Guarda Costeira e a OceanGate lamentaram a morte da tripulação e dos passageiros. “Em nome da Guarda Costeira dos Estados Unidos e de todo o comando unificado, ofereço minhas mais profundas condolências às famílias”, afirmou o almirante Mauger.
“Estamos de luto pela morte da tripulação e dos passageiros”, disse a OceanGate, empresa dona da embarcação, em nota.
PERIGO DA EXPEDIÇÃO
Nos últimos dias foi revelado um relatório sobre as falhas de segurança na embarcação.
David Lochridge, ex-diretor de operações marítimas da OceanGate Expeditions, a empresa fabricante, demitido por questionar a segurança do Titan, mencionou em uma ação judicial que o submersível é resultado de um “projeto experimental e não testado”.
De acordo com Lochridge, uma parte do submersível foi concebida para resistir à pressão a 1.300 metros de profundidade, e não a 4.000 metros.
Fonte: Estadão Internacional
“O seu apoio mantém o jornalismo vivo. O jornalismo tem um papel fundamental em nossa sociedade. O papel de informar, de esclarecer, de contar a verdade e trazer luz para o que, muitas vezes, está no escuro.
Esse é o trabalho de um jornalista e a missão do Redação Nacional.
Precisamos de você e do seu apoio, pois juntos nós podemos, através de matérias iguais a essa que você acabou de ler, buscar as transformações que tanto queremos.”