Guerra: Na Palestina, o maior hospital de Gaza está em situação ‘catastrófica’
Israel x Hamas: Os combates em torno de hospitais na Faixa de Gaza, onde muitos civis palestinos buscam refúgio dos incessantes bombardeios, se intensificaram neste sábado (11/11), com o maior hospital do enclave vivendo uma situação “catastrófica”, segundo organizações de direitos humanos.
O diretor do hospital Al-Shifa afirmou que o complexo foi atingido repetidas vezes durante a noite de sexta para sábado, e ficou sem energia durante horas após seu gerador ser atingido.
“Recebemos chamadas sobre dezenas de mortos e centenas de feridos em ataques aéreos e de artilharia, mas nossas ambulâncias não conseguiram sair por causa dos tiros”, disse Mohammad Abu Salmiya, diretor do complexo hospitalar, o maior da Faixa de Gaza.
ATENÇÃO: AS IMAGENS SÃO FORTES:
Hospital Al-Shifa na cidade de Gaza — Foto: Dawood NEMER/AFP
“A situação é pior do que qualquer um pode imaginar. Estamos sitiados dentro do Complexo Médico Al-Shifa, e a ocupação tem como alvo a maioria dos edifícios internos”, declarou o porta-voz.
“Sistema de saúde atingiu ponto sem retorno”
A agência humanitária Médicos Sem Fronteiras disse estar “extremamente preocupada” com a segurança dos pacientes e da equipe médica no hospital Al-Shifa.
“Nas últimas horas, os ataques contra o Hospital Al-Shifa intensificaram-se dramaticamente”, afirmou a organização em comunicado publicado na manhã deste sábado. “Nossa equipe do hospital relatou uma situação catastrófica lá dentro há apenas algumas horas.”
Rafah, no sul da Faixa de Gaza — Foto: SAID KHATIB / AFP
Segundo as Nações Unidas, 20 dos 36 hospitais de Gaza “não estão mais funcionando”.
O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, também alertou para a situação dramática do sistema de saúde de Gaza diante do Conselho de Segurança da ONU.
O Comitê Internacional da Cruz Vermelha ecoou os comentários: “Sobrecarregado, com recursos escassos e cada vez mais inseguro, o sistema de saúde em Gaza atingiu um ponto sem retorno.”
Forças israelenses afirmam que o Hamas posicionou centros de comando e esconderijos sob o Al-Shifa e outros hospitais em Gaza, tornando-os alvos militares. Já o Hamas, considerado uma organização terrorista por Estados Unidos, Alemanha e outros países, nega usar civis como escudos humanos.
A ofensiva de Israel contra a Faixa de Gaza já matou mais de 11 mil pessoas no enclave, segundo autoridades locais, sendo a maioria civis e muitas crianças. Os ataques ocorrem em retaliação aos atentados terroristas cometidos pelo Hamas em cidades israelenses em 7 de outubro, que deixaram 1.200 mortos, a maioria também civis, e fizeram cerca de 240 reféns.
Apelos para que civis sejam poupados
O sofrimento e o alto número de mortos em Gaza suscitam apelos crescentes para que os combates sejam suspensos e as vidas de civis sejam poupadas no território densamente povoado, após cinco semanas de um conflito sangrento entre o Hamas e Israel.
O presidente da França, Emmanuel Macron, clamou ao governo israelense para que interrompa os bombardeios contra civis em Gaza, dizendo que eles não são “justificáveis”.
Ele responsabilizou o Hamas por expor “palestinos às consequências terríveis” do conflito que desencadeou com Israel, e frisou que o país tem direito à autodefesa, mas advertiu que “a armadilha do terrorismo é a mesma para todos nós: deixar a violência correr solta significa abrir mão dos nossos valores”. “A guerra contra o terrorismo não é possível sem regras”, afirmou o francês.
Macron também exigiu a libertação dos cerca de 240 reféns que o Hamas mantém em cativeiro, anunciou que elevará a ajuda à Palestina de 20 milhões para 100 milhões de euros (R$ 527 milhões) e manifestou seu apoio à solução de dois Estados para a paz na região.
A preocupação com o número de vítimas civis em Gaza também veio dos Estados Unidos, aliado firme de Israel, com o secretário de Estado americano, Antony Blinken, dizendo que “palestinos demais já foram mortos”.
Fonte: IstoÉ, Com informações Agência France Express
“O seu apoio mantém o jornalismo vivo. O jornalismo tem um papel fundamental em nossa sociedade. O papel de informar, de esclarecer, de contar a verdade e trazer luz para o que, muitas vezes, está no escuro.
Esse é o trabalho de um jornalista e a missão do Redação Nacional. Compromisso com a verdade
Precisamos de você e do seu apoio, pois juntos nós podemos, através de matérias iguais a essa que você acabou de ler, buscar as transformações que tanto queremos. .”
Copyright © 2019, Redação Nacional. Todos os direitos reservados