Rússia quer negociar? "Ninguém deve se deixar enganar", alerta Ucrânia
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, alertou, este domingo (30), que “ninguém deve se deixar enganar” pela suposta disponibilidade da Rússia para negociar um acordo de paz.
A posição do político ucraniano surgiu após o seu homólogo russo, Sergei Lavrov, ter informado que o presidente da Federação Russa, Vladimir Putin, ainda estava disposto a negociar “se houver propostas realistas baseadas numa abordagem igualitária”.
Para Kuleba, “o padrão do comportamento russo é previsível: se cometerem um crime à noite, esperam que proponham ‘conversações’ de manhã”.
“Ontem colocaram milhões de pessoas em risco de fome, hoje fingem prontidão para as negociações”, acrescentou, referindo-se ao facto de a Rússia ter anunciado, no sábado, que irá abandonar o acordo para a exportação de cereais através de portos ucranianos.
E avisou: “Ninguém se deve deixar enganar por isto”.
The pattern of Russian behavior is so predictable: if they commit a crime in the evening, expect them to propose ‘talks’ in the morning. Yesterday they put millions of people at the risk of hunger, today they imitate readiness for negotiations. No one should get fooled by this.
— Dmytro Kuleba (@DmytroKuleba) October 30, 2022
Segundo declarações de Lavrov, proferidas em coletiva de imprensa e citadas pela agência de notícias Reuters, a Rússia está “pronta a falar com o Ocidente sobre a redução das tensões, mas apenas se houver propostas realistas baseadas numa abordagem igualitária”.
O ministro russo afirmou frisou que liderança da Rússia, “especialmente Putin, ainda está pronta para negociações relativas à Ucrânia” e lembrou que, nos últimos seis meses, “houve várias iniciativas vindas dos americanos, e alguns outros colegas ocidentais que pediram conversas telefónicas com o líder russo”.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que cerca de seis mil civis morreram e quase dez mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.