RJ; Sequestrador de ônibus enterrado sob comoção; mãe precisou ser medicada

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William Augusto da Silva, de 20 anos, que sequestrou, na última terça-feira (19), um ônibus com 37 pessoas na ponte Rio-Niterói foi enterrado nesta quarta, no cemitério Parque da Paz, em São Gonçalo. O sepultamento transcorreu sob muita comoção. A mãe e uma tia dele choravam compulsivamente, e a mãe precisou ser medicada. Após o enterro, a tia insistia em permanecer ao lado da sepultura: “Ele tem que ir embora comigo. Eu vou cuidar melhor dele”, repetia a mulher. Na delegacia, os reféns relembraram os momentos de tensão na ponte Rio-Niterói. Em relatos parecidos, muitos contaram que Willian estava com uma arma de choque e uma pistola de brinquedo e ameaçava incendiar o veículo. A secretária Rafaela Gomes diz que tudo aconteceu de repente. “Ele simplesmente levantou e anunciou, perguntou se a gente lembrava do filme 174 e falou que ele queria fazer algo parecido, que ele queria parar o Estado.” Um dos primeiros a sair do ônibus, o auxiliar de cartório Robson de Oliveira acredita que o sequestrador sabia o que poderia acontecer. “Ele falava sempre que a gente ia ter história para contar, né. A gente ia ter, ele não, porque ele achava que ia sair morto como aconteceu”, relembra. Frequentador da ‘deep web’ A Polícia Civil do Rio avança nas investigações. Nesta quarta-feira, eles afirmaram que William era uma espécie de “frequentador da deep web”, parte não indexada por mecanismo de busca padrão na internet que contém materiais violentos. Por isso, a suspeita é que “lá ele pode ter interagido e descoberto técnicas que foram utilizadas no sequestro”. De acordo com familiares, o jovem “andava recluso e tinha sinais claros de depressão”. O celular que pertencia ao sequestrador foi encontrado pela polícia e passa por perícia. Após intensa negociação, William Augusto da Silva foi morto por um atirador de elite do Bope. O comandante do batalhão, tenente-coronel Maurílio Nunes, afirmou que havia muita vidas em risco e a ação seguiu protocolos internacionais. “Então tomamos a decisão de transformar em negociação tática, e os negociadores na melhor oportunidade, que diminuísse os danos colaterais, fizeram os disparos.” * Com informações do Estadão Conteúdo “O seu apoio mantém o jornalismo vivo. O jornalismo tem um papel fundamental em nossa sociedade. O papel de informar, de esclarecer, de contar a verdade e trazer luz para o que, muitas vezes, está no escuro. Esse é o trabalho de um jornalista e a missão do Redação Nacional. Mas para isso, nós precisamos de você e do seu apoio, pois juntos nós podemos, através de matérias iguais a essa que você acabou de ler, buscar as transformações que tanto queremos.” Copyright © 2019, Redação Nacional. Todos os direitos reservados.