Natural de Mandaguaçu, cidade de cerca de 20 mil habitantes na região de Maringá, Valeixo é um dos três filhos do desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná Octávio Jorge de Cesar Valeixo (que morreu em 2003, aos 68 anos de idade). Ex-chefe da Inteligência da PF, ex-diretor de combate à corrupção e duas vezes superintendente da PF no Paraná, Valeixo é considerado um quadro técnico, mas com fortes ligações com o ex-diretor-geral Leandro Daiello – que comandou a corporação por 6 anos nos governos da ex-presidente Dilma Rousseff. Sob o comando de Daiello, Valeixo foi o número 3 na hierarquia da corporação, como diretor da Diretoria de Combate do Crime Organizado (Dicor), área considerada chave para a gestão de Moro no governo Bolsonaro. Permaneceu no cargo entre 2015 até o fim de 2017. O diretor-geral assumiu o posto com a missão de fortalecer a PF, com foco no combate à corrupção e ao crime organizado, livrando-a de ingerências políticas e estabelecendo autonomia para investigar quem quer que seja. “A Polícia Federal não está para atender ao governo, ela está para atender o Estado brasileiro, para atender a sociedade brasileira”, afirmou Valeixo, em palestra dada em em 2018, em Curitiba. O delegado defendia a necessidade de instituições “fortes, independentes e republicanas” ao explanar sobre o papel da PF. O passado de Valeixo Formado em Direito pela PUC do Paraná, a relação de Valeixo com o ex-juiz da Lava Jato é antiga. Em 2003, era ele que comandava o inquérito da força-tarefa do Caso Banestado, primeiro grande trabalho das recém-criadas varas especializadas de lavagem de dinheiro no País – uma delas a de Curitiba, comandada por Moro. Em 2009 assumiu a Superintendência da PF no Paraná pela primeira vez, cargo que ocupou até 2011, quando foi levado para Brasília para ser diretor-geral de Pessoal. Passou em seguida para a direção de Inteligência. Em 2013, Valeixo foi para os Estados Unidos como adido policial em Washington. No retorno ao Brasil, em 2015, assumiu o posto de Diretor de Combate ao Crime Organizado (Dicor) – ano de início da Lava Jato. Em 2018, Valeixo assumiu pela segunda vez o posto de superintendente no Paraná. Durante sua gestão, foi fechada a delação premiada do ex-ministro da Fazenda, Antônio Palocci, e executada a prisão do ex-presidente Lula, em abril. Foi Valeixo quem decidiu seguir as ordens de Moro em 8 de julho, que contrariam despacho do desembargador plantonista do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) – a segunda instância da Lava Jato – Rogério Favreto para soltar Lula. Favreto expediu duas decisões que foram posteriormente derrubadas pelo presidente da Corte, Thompson Flores, e pelo relator da Lava Jato, João Pedro Gebran Neto. Valeixo foi delegado da Polícia Civil e integrou o Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Tigre) antes de entrar para a PF. Fonte: Agência Estado “O seu apoio mantém o jornalismo vivo. O jornalismo tem um papel fundamental em nossa sociedade. O papel de informar, de esclarecer, de contar a verdade e trazer luz para o que, muitas vezes, está no escuro. Esse é o trabalho de um jornalista e a missão do Redação Nacional. Mas para isso, nós precisamos de você e do seu apoio, pois juntos nós podemos, através de matérias iguais a essa que você acabou de ler, buscar as transformações que tanto queremos.” Copyright © 2019, Redação Nacional. Todos os direitos reservados.