‘Perdi a Confiança’: É o sentimento da mãe de grávida que tomou vacina de Covid por engano
A estudante grávida Izabela Ribeiro, de 15 anos, foi um dos 46 moradores de Itirapina (SP) que foram tomar a vacina contra a gripe e receberam por engano uma dose da CoronaVac, contra Covid-19. Outra gestante e 28 crianças estão entre os vacinados por uma técnica de enfermagem, que foi afastada. A prefeitura e a Polícia Civil apuram o caso.
Para a mãe da jovem, Tereza Ferreira do Amaral, houve quebra de confiança e faltou responsabilidade da saúde do município. Ela teme pela saúde da filha e do neto.
“Eu fiquei muito assustada e a partir de agora já não sei o que eu vou fazer, se eu confio neles para qualquer coisa que vão fazer com ela ou não”, disse.
A adolescente, que está no 4º mês de gestação, tem tomando todos os cuidados para ter uma gravidez saudável e por isso foi se vacinar contra a gripe. Mas o que era para ser uma proteção se tornou preocupação.
Segundo a prefeitura, todas as pessoas que receberam a dose por engano estão sendo acompanhadas por uma equipe médica. Ninguém apresentou sintomas ou efeitos adversos. O Instituto Butantan, fabricante da vacina, afirmou que grávidas e crianças não podem tomar a 2ª dose.
A adolescente Izabela Ribeiro está grávida e recebeu uma dose de Coronavac por engano. Ela e a mãe, Tereza Ferreira do Amaral, estão preocupadas — Foto: Nilson Porcel / EPTV
Segundo o Instituto Butantan, conforme consta em bula, a vacina contra o novo coronavírus é indicada para indivíduos com 18 anos ou mais. “Não há conclusões científicas até o momento de segurança ou eficácia da vacina vacina adsorvida covid-19 (inativada) na população pediátrica ou em gestantes”, afirmou por nota.
“Estou me sentindo preocupada porque eu não vi ultrassom, não vi o sexo do bebê e agora estou preocupada para saber se vai estar tudo bem”, afirmou Izabela. “Agora eu quero ver o que eles vão fazer porque é preocupante e se eu tivesse tomado outro tipo de vacina que me levaria a óbito por ser gestante?, disse Izabela.
Depois de descobrir o erro, a Secretaria de Saúde de Itirapina riscou registro da vacina contra a influenza da carteira de vacinação da adolescente e anotou o recebimento da Coronavac.
Carteirinha teve a vacina contra a influenza riscada após a descoberta de que ela foi vacinada erroneamente contra a Covid — Foto: Nilson Porcel / EPTV
Na terça-feira (13), 46 pessoas – entre elas, 28 crianças e duas grávidas – foram vacinadas contra a Covid-19 por engano, na pequena cidade do interior de São Paulo.
Quatro profissionais de saúde também foram vacinados e tomaram a terceira dose da vacina, já que haviam sido imunizados com as duas doses recomendadas. A prefeitura não explicou quem são as outras 16 pessoas vacinadas.
‘A gente fica com medo’, diz mãe de criança vacinada contra Covid por engano em SP
Acesse Llink vídeo G1:
Em Diadema, na Grande São Paulo, outras cinco crianças foram vacinadas contra o Coronavírus após um erro na Unidade Básica de Saúde do Jardim das Nações. As crianças têm entre sete meses e quatro anos de idade e deveriam ter sido imunizadas contra a gripe.
Compara os frascos das vacinas — Foto: Amanda Paes/Arte G1
Frasco da CoronaVac, vacina contra o coronavírus produzida pelo Instituto Butantan — Foto: Divulgação/Butantan
Em entrevista à Rádio CBN, o médico sanitarista Rodolpho Telarolli explicou que a CoronaVac é uma vacina que tem como ‘vantagem’ ser elaborada com vírus inativado.
“A própria vacina contra a gripe que é oferecida para as crianças e gestantes é produzida dentro desse modelo. Temos várias outras vacinas do calendário nacional de imunização que também são produzidas dentro desse modelo. Então é possível, embora a gente não tenha a certeza absoluta, é muito possível que nada venha acontecer com as crianças pequenas e gestante, com aqueles que foram vacinados para a Covid”, afirmou.
De acordo com o médico, as pessoas que receberam a dose trocada deverão ser acompanhadas por médicos de duas a três vezes na semana e que o mais provável é que poucos desses moradores tenham os sintomas comuns a vacina, que é uma dor, vermelhidão no local, indisposição e estado febril, que pode durar de dois a três dias.
“Poucas pessoas adultas, idosos, profissionais da saúde vacinados Coronavc tem apresentando em pequeno número esse tipo de sintoma”, declarou.
Fonte: G1
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