8 de Janeiro, oposição usará imagens para atacar as investigações feitas pelo STF

ATOS ANTI DEMOCRÁTICOS: A oposição reativou as críticas ao STF após as imagens do 8 de janeiro, reveladas pela CNN Brasil, mostrarem a atuação do então ministro do GSIGonçalves Dias, no atentado golpista. O argumento é que o ministro Alexandre de Moraes teve acesso à íntegra das imagens e, por isso, sabia da atuação do general. Ainda assim, não considerou incluí-lo no grupo de autoridades que foram presas ou afastadas do cargo, a exemplo do governador Ibaneis Rocha (MDB-DF) e do ex-secretário Anderson Torres. A tese nasceu de informação prestada pelo próprio Gonçalves Dias. Em ofício enviado ao Partido Novo em 6 de abril, ele disse que não poderia dar acesso às imagens porque elas estavam sendo utilizadas pela investigação e, por isso, sob sigilo.

Imagens de câmeras de segurança do Palácio do Planalto mostram o ministro-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República), general Gonçalves Dias, orientando bolsonaristas durante os atos golpistas de 8 de janeiro. 19/04/2023.
Imagens de câmeras de segurança do Palácio do Planalto mostram o ministro-chefe do GSI Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, general Gonçalves Dias, orientando bolsonaristas durante os atos golpistas de 8 de janeiro. 19/04/2023.  

VERBO. “Cumpre salientar que as imagens solicitadas são sigilosas (…), uma vez que já estão sendo utilizadas no âmbito de processo investigatório, para elucidação dos eventos do dia 8 de janeiro de 2023, instaurado pelo Supremo Tribunal”, escreveu Gonçalves Dias ao Novo.

FOGO. A presunção de que STF tinha a informação e não agiu na mesma proporção com o auxiliar de Lula – destituído nesta quarta (19) – virou combustível contra o governo e a Corte. “Os parlamentares da oposição defendem a CPMI porque não confiam na apuração do STF”, disse Sanderson (PL-RS), que preside a Comissão de Segurança Pública da Câmara.

EU NÃO. A PGR informa que pediu e tampouco teve acesso às imagens. Moraes não se manifestou. Sanderson defende que a convocação do general para depor na Câmara seja mantida, ainda que ele tenha saído do cargo.

Foto: REPRODUCAO / CNN

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